Adultos carregam suas crianças internas alimentando marcas da sua infância.
A psicologia tem aprofundado lindamente o entendimento do que pensamos e percebemos enquanto criança e dessa forma, justifica muitos dos comportamentos que temos quando adulto. Nosso emocional está diretamente conectado com a maneira que percebemos nossa existência e vivemos nossa infância.
Da mesma forma, nossos sucessores assimilam e determinam suas reações ao longo de suas vidas, especialmente quando encontram dificuldades nessa caminhada. A escritora canadense, Lise Bourbeau, especialista em comportamento humano, muito inteligentemente descreve sobre as cinco feridas emocionais que colecionamos na infância e que acabam determinando nossas características física e comportamental em nossa fase adulta. Sabemos que nada é estático e não deve ser encarado como regra absoluta, o que vale é a reflexão que podemos fazer com as informações descritas e que foram compiladas a partir de um estudo profundo com olhar focado no ser humano.
De uma forma resumida, abaixo listo as cinco feridas emocionais e veja se você se encaixa em alguma ou mais que uma delas.
Medo de Ser Abandonado
Quando criança, percebemos a ausência dos pais e logo associamos a um sentimento de abandono. Pois, no inicio da vida não conseguimos diferenciar a realidade da fantasia e tampouco temos noção do tempo, por isso, a ausência dos adultos significa abandono absoluto. Conforme vamos crescendo aprendemos a lidar com a ausência e o tempo com mais tranquilidade, percebendo os encontros e desencontros como algo natural. Já as crianças que vivenciam negligência, potencializam o medo da solidão e da rejeição sempre que estiverem sozinhas ou distante da pessoa que ama. No entanto, sabemos que é nos momentos de solidão que compreendemos quem somos. E nem sempre quem amamos poderá estar ao nosso lado fisicamente em tempo integral. Lidar com esse sentimento de vazio provocado pelo senso de abandono é de suma importância na fase adulta para não desenvolver a depressão e a obsessão.
Medo de Ser Rejeitado
Essa ferida geralmente é a que mais tem profundidade em nossos sentimentos porque soma a sensação da criança não ter sido amada pelos pais, amigos e colegas de escola. Já que é a partir da maneira como somos tratados que formamos nossa identidade, sentir-se amado ou rejeitado, nos fará ter ou não autoestima e amor próprio. Para algumas pessoas o não merecimento e sua auto depreciação passa a ser natural em suas vidas, assim ficando vulnerável as opiniões e comportamentos dos outros. Mas, sabemos que para sermos amados precisamos primeiro nos amar.
Sentir-se Humilhado
A crítica normalmente não soa bem aos ouvidos de ninguém e dependendo da forma que ela chega só piora o desconforto interno. Quando crianças o que esperamos é que os pais sintam orgulho de nossas atitudes e que nos elogiem. Mas, quando os "elogios" chegam de forma destrutiva, como por exemplo: estúpido, burro, fraco, não serve pra nada, não consegue fazer nada direito e assim por diante, o peso da humilhação se instala. O melhor caminho é sempre conversar de forma firme e instrutiva, mostrando as possibilidades de correção dos erros, que todos podem cometer. Enquanto, se falar termos depreciativos às crianças, transformará aquela criança em um adulto dependente ou pior, aquele que precisa humilhar as outras pessoas para se sentir bem e capaz, mesmo que seja só em pensamento.
Falta de Confiança
As falsas promessas que fazemos para as crianças ou as que recebemos em nossa infância alimentam um sentimento de desconfiança permanente, mas, o pior disso é se tornar um adulto controlador. E já que nem tudo na vida pode ser controlado por um único ser, quando nos deparamos com situações que fogem do nosso controle, provoca um sentimento nervoso e irritado, deixando tudo muito pesado e confuso.
Sentimento de Injustiça
A partir do senso de injustiça que sentimos quando criança, outros tantos sentimentos desencadeiam. A impotência, raiva, indignação e decepção acompanham principalmente quando a criança recebe ordens dos seus pais, autoritários e frios, além do que podem cumprir. Tornando essa criança um adulto perfeccionista ao extremo e autoritário, porque não consegue lidar como o sentimento de impotência e inutilidade quando não alcançou as expectativas dos seus tutores. E é assim que criam ciclos reptilianos e negativos no sistema familiar, afetivo, social e profissional.
Simone de Lima Rech
Psicoterapeuta Holística CRTH/BR 12.447
Especializada em Medicina Tradicional Chinesa
Ênfase em Ginecologia e Obstetrícia com
Foco em Fertilidade
Paz e Luz!
Inspirado no livro, "As Cinco Feridas Emocionais" da escritora Lise Bourbeau e no blog escola da inteligência.
Comments